quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ALUCINADO


Hoje faz três anos e quatro meses exatos de minha vida como paraplégico. Não ta muito boa, mais to levando como dá. É também meu aniversário, completo hoje, 31 anos de idade. Não tenho muito a relatar. Mais lembro com clareza do dia 25 de maio de 2008, quando sai do pronto socorro em Maceió, para o hospital de murici. Chegando ao hospital já que há quatro dias não dormia, pedi à médica que me desse um remédio para dormir, então ela falou que na unidade não tinha. Perguntado se poderia arrumar de alguém fora da unidade, ela respondeu que sim, então meu pai foi pedir a uma cunhada dele, que considero como tia. Conseguindo, tomei um diazepan. Nossa! Não me lembro de muita coisa depois do medicamento, mais também não me esqueço da alucinação que tive. Pois bem! Lembro que vi baratas na parede. Pedi que minha irmã, Quitéria, matasse as baratas, ela dizia Abdias meu irmão, aqui não tem baratas. Vi um monstro descascando a parede, falei pra ela e  novamente ela disse: meu irmão, aqui não tem nada disso que você ta vendo. Num de repente, eu gritava; olha ele aonde ele vai, sai da frente que ele vai bater em você. Hoje vejo que passei por coisas horríveis. Já morri (desmaio), já fiquei louco (alucinado), estou sem andar. Mais a vida segue. Muita gente fala, - ah, você não sai muito de casa. Ora! La fora o mundo pega fogo, e eu aqui to bem. Obrigado!