quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

PERNAS QUE FALAM


...Sempre fui tua companheira desde o nascimento, nunca te deixei pelas mãos... Onde tu tavas sempre estive dum lado e do outro mesmo nos momentos de cansaço...
Pena que tu nunca percebeste essa tão grande importância... Sempre mim destes pressão sem querer saber se eu poderia suportar...
Para você era algo muito natural, já para mim não era tão natural assim... Fizeste de mim um elástico, por muitas vezes, tentaste mim separar quando vias que doía paravas e mim unia novamente.
Só eu sei a dor que sentia quando ias para as festas, para os banhos, quando querias ultrapassar meus limites...
Hoje estou em repouso total... Mais não me sinto bem não, em saber que você quer me ver em atividades como antes, fazendo você pular, dançar, andar, etc.
Mas você não deve ficar triste a vida continua e não feita apenas de pular, dançar e andar não...
Existem muitas coisas e maneiras que te faz igual e superior a muitos como pensar, falar e agir e não esqueça de que eu ainda estou aqui... Assinado: As Pernas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A VIDA CONTINUA

24 de dezembro de 2010. A familia se diverte bebendo uma pinga e se animando mais e mais... fico só a observar. Alguns cadeirantes se metem a beber esquecendo que não pode beber se quer cerveja... quer dizer no meu caso não posso pois ao tentar me divertir um pouco, ainda num pouco mais de seis meses de paraplegico, em apenas um copo de cerveja, meu corpo queimava como se eu estivesse dentro de uma fabrica de gelo... as pernas pareciam que estavam sendo carbonizadas... é sempre bom manter-se longe da cachaçada (bebedeira) deve ser ridiculo um cadeirante bebado quase pulando da cadeira de rodas... eu jamais me habilitaria a tal ato... sem contar que está na cadeira, já é de alguma forma chamar atençao de curiosos ou de pessoas preconceituosas que não sabem a que chegam e que já fazem uso de uma mente mutio despreparada... o alcool baixa imunidade.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ALGUMAS DIFICULDADES DO DEFICIENTE

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

TECNOLOGIA E ESPERANÇA

Dezembro de 2010. Mais um ano que se vai. passar a maior parte do tempo sentado numa cadeira de rodas não é nada bom. Sair da cadeira não é como passe de magica, nem tãompouco acessivel a todos, mas, a esperança aumenta a cada dia. Pessoas que sofrem de paralisia da cintura para baixo podem ter ganhado uma esperança de andar novamente graças a um par de “calças-robóticas” inventadas pelo israelense Amit Goffer. O próprio criador sofre de paralisia causada por um acidente de carro em 1997. O acidente o inspirou a criar um aparelho que o libertasse da cadeira de rodas.Batizadas de ReWalk, as calças usam sensores e motores para permitir que paraplégicos possam andar e até subir escadas. Usadas por cimas das roupas, as calças são equipadas com juntas motorizadas ativadas pelos sensores, que respondem a movimentos súbitos da parte superior do corpo o ajuste da estabilidade é feito com ajuda de muletas.Goffer fundou a empresa Argo Medical Techonologis para comercializar o aparelho que estará disponívei a partir de janeiro de 2011 em centros de reabilitação ao redor do mundo, depois de vários anos de testes em clínicas de Israel e dos EUA. O custo das calças-robóticas é alto: US$ 100 mil por unidade.Apesar de criador da tecnologia, Goffer não poderá fazer uso dela, pelo menos não dessa versão. O acidente que sofreu o deixou paralisado do pescoço para baixo e o aparelho depende de movimentos das mãos e dos ombros para ser operado. Goffer, no entanto, já está trabalhando em uma versão para tetraplégicos. É lamentavel que a justiça não faz valer os direitos constitucionais de pessoas com deficiencia...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

REVISÃO

seria tao bom que tudo girasse pelo controle de um olhar...
faria minhas pernas se movimentarem,
iria correndo a casa de meus familiares...
seria maravilhoso, reviver as coisas que nao parecia ter tanta importancia... hoje vejo que um simples abraço de altura igual, faz muita falta... mais tudo bem. como a meningite é uma doença que mata em poucas horas, só tenho a agradecer por estar aqui... 


METAMORFOSE

Tomar banho, se alisar, tocar-se com prazer... Olhar pernas e ver que ta tudo muito bem... Poder se exibir. Eita coisa boa... Sensação maravilhosa... Brincar de ser feliz com o corpo que tem, poder se destacar de certa forma... Vestir uma roupa... Se sentir legal de corpo e alma... Vem a doença e leva parte desse prazer... Hoje saio da cadeira convencional, vou até a cama... Tiro a roupa passo para a cadeira de necessidades fisiológicas... Vou ate o banheiro espero defecar, passo a sonda de alívio, começo meu banho... Terminado, faço o mesmo percurso... Vou ate a cama, visto minha roupa e volto à cadeira convencional... Sei que nem todos paraplégicos têm a mesma lesão e que existem diferentes reações ao longo do tempo... Sei também que, o que acontece comigo é algo que nem todos têm... A medicina não explica com precisão, e não dá boas esperanças, que é as pernas em movimentos involuntários... Mais, na minha visão, é melhor ver as pernas se mexerem por impulsos involuntários que não ver-las se mexerem de modo algum... O que acontece é algo muito interessante... Veja só: quando estou com dor de cabeça às pernas dão choques... Dor de barriga, infecção urinária, água fria, algo quente... Se eu ficar numa posição por muito tempo elas também reclamam... A todos esses estímulos elas respondem... Na minoria das vezes elas se esticam... Na maioria se encolhem... Um dos maiores olhares desanimadores é ver a perda de massas musculares... Sei que nem todos têm essa perda... Mais no meu caso existe... Pra mim é meio que animador ver as pernas se mexendo... Tenho fé em DEUS e nos homens da tecnologia... Que a acessibilidade aos portadores de paraplegia e outras deficiencias... Serão cada vez mais eficazes, que a esperança não se acabe antes das conquistas...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

JURAS DO INSTANTE


Eu tava ali sendo observado e, ao mesmo tempo observando, na hora da dor e do sofrimento tudo o que vivi, veio a tona, comecei a procurar... começa a luta, à busca da resposta pra aliviar a dor ou se condenar... passa um filme da vida real das coisas que foram feitas, das boas e das ruins que na concepçao podem ter sido a causa de tamanha dor e sofrimento... vieram as lembranças das discursoes com pai e mae... e das brigas com os irmãos... das vezes que fui mal com, pessoas que nao sabiam se expressar... não despresos ou preconceitos e ou ate mesmo por racismo, nunca, jamais... nao cheguei a perguntar a DEUS o porque de eu ter ficado paraplegico... se eu juntar as besteiras que falei, as formas como agi, por impulso de momentos... e que realmente levando enconta fatos e argumentos... creio que eu nao taria de cadeira de rodas...  lembro que quando me encontrei sozinho no leito do hospital, conversei com o além. E lá no além eu dizia aos santos que nao repetiria as frases de antes, nao me exaltaria com ninguém... falei para meu padin cicero, para JESUS CRISTO, o senhor DEUS, que frenquentaria a igrejas, que segueria a rotina catolica ou evangelica... numa segunda internacao no mesmo hospital, em uma vista a unidade, um grupo de evangelicos conversava comigo e um dos pregantes perguntou se eu aceitava JESUS. Ora, respodi que havia aceitado JESUS desde o dia que vim ao mundo... entao ele argumentou que eu teria que aceitar JESUS diante dos homens. Falei que nao. Ora JESUS nao é pra ser apresentado diante dos homens... o que tem que ser apresentado sao as nossas acoes, temos que mostrar o que é aceitar-lo, viver no dia a dia... depois de algum tempo ja em casa e com acontecimentos rotineiros... hoje vejo que tudo o que falei para o alem foi em vao. Que nós enquanto gente nao iremos nos acostumar, nao dá pra entender ou controlar as coisas, as situacoes vivenciadas... nao apredemos com a dor o que a vida pode nos ensinar com amor... minha vida mudou nao completamente porque meu raciocinio nao foi afetado... e por apenas isso eu nao deixei de andar...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

CEM DIAS DE INTERNACAO



 
 
Estava sempre acompanhado de meus irmaos ou de apenas um deles ja que sao tres altemar, ricardo e willians... quando introduziram a primeira medicacao, chorei bastante em saber que estava no local certo... lembro que naquele momento eu nao tinha nocao da gravidade de meu problema de saude... mais estava muito feliz so de saber que tudo ia dá certo... mais fiquei muito triste quando escutei a medica falar em alta... ora, alta quer dizer tudo resolvido... e eu continuava sem andar. Depois fui me acostumando e hoje estou muito bem, dentro de minhas possibilidades... durante trinta e tres dias fiquei nunca sala... entao me trasferiram pra outra sala, minha nossa, sei que todos samos humanos, mais vamos concordar que tem muitos pacientes sebosos.. digo isso nao pela doença que o ser portava, mais porque eram pessoas que nao gostavam de banhos e, so sabiam reclamar... cada um com seu problema, sua doença... mais enfim detro daquela sala eu era sempre o de pior estado de saude... pois, por mais que o ser tivesse problemas, nao poderia ser comparado ao meu (paraplegico) claro que tinha gente que mesmo nao sendo paraplegico se encontrava em situacao quase igual... lembro que no dia seguinte a minha transferencia de sala ( a sala tinha capacidade para tres leitos, estava com seis, ou seja eram seis pacientes tres acompanhantes um unico banheiro, quatro televisores cinco ventiladores, tres cadeiras para acompanhantes um verdadeiro inferno, um senhor gemendo a todo instante... a medica titular percebeu que eu nao estava bem naquela sala. Ao falar comigo comecei a chorar ela logo pediu uma transferencia a outra sala menos agitada... foi levado a outra sala desta vez bem menos agitada, conheci gente de maceió e da cidade onde moro... sempre fiz amizades com os doutorando... era muitos e a ultima amim acompanhar ficou chorando quando deixei o hospital... foi uma despidida que ate hoje ficou gravada em meus pensamentos. Nao tenho palavras a falar de minha vida ali.. uma inetrnacao nao seria tao ruim se nao houvesse medicamento intravenosos, digo porque depois de ter recebido do hospitalde doencas tropicais do estado de alagoas (hdt), em 30 de julho de 2008. Em novembro de 2008 voltei a ser internado desta com uma escares no calcaneo direito e, passei lá 22 dias, foram os dias mais dificies que passei enrelacao a acesso venoso, onde minhas veias devido as outras internacoes ja nao tinha mais como passar medicamentos e, por uma pequena insistencia minha nao passei por um procedimento cirurgico... ate no dedao do pé foi colocado acesso medicamentoso... porque nas maos e nos braços  ja nao tinha como... dentro desse periodo de 100 dias de internacao, vi quatro pessoas morrerem ao meu lado... nao é pra se basear, mais estou vivo, mesmo em uma cadeira de rodas... facil nao é...


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

RELACAO: EU E EQUIPE


É UMA HISTORIA DE SOFRIMENTO MAIS TAMBEM DE ALEGRIA TUDO VAI DE ACORDO COM O RELACIONAMENTO DE EQUIPE MEDICA E PACIENTE... NAO TENHO DOQUE RECLAMAR DA MINHA RELACAO... SEMPRE FUI BEM TRATADO... CLARO QUE NAO CEM POR CENTO... TEM SEMPRE ALGO QUE NAO TE CONVENCE... TENHO UM EXEMPLO BASTANTE ENVOLVENTE... COMO MEU ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO FOI EM HOSPITAL PUBLICO E TODOS EXAMES TEREM SIDO PARTICULAR E ALGUNS MEDICAMENTOS MESMO SENDO DENTRO DO HOSPITAL TIVE UMA ATENCAO A MAIS... É SEMPRE ASSIM... ATE PORQUE EU SEMPRE MANTIVE MINHA ALEGRIA, MINHAS PERGUTAS, MINHAS DUVIDAS EXPOSTAS... CONVERSAVA TRANQUILAMENTE COM OS DOUTORANDOS... 
RESIDENTES E TITULARES... PSICOLOGOS, FISIOTERAPEUTAS, NUTRICIONISTAS... ENFIM, TODO PESSOAL DA EQUIPE HOSPITALAR. É PRECISO SER O QUE SOMOS DE BOM, PARA DIMINUIR A DOR... SE VC NUNCA PASSOU POR UMA HISTORIA DESSA FIQUE ATENTO... A VIDA É UMA CAIXINHA DE SURPRESA...  E HOSPITAL NAO É UM AMBIENTE ASSUSTADOR... ATE PORQUE CADA UM TEM SUAS ESPECIALIDADES E EU PASSEI PELO O PIOR... HOSPITAL DE PRONTO SOCORRO... ESSE SIM, É O PIOR DE TODOS...

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

UM DIREITO DE TODOS


No Brasil, o deficiente físico deve observar os seus direitos, para que possa recebê-los: - Aquisição de automóveis por deficiente físico: os que podem dirigir com carros adaptados, ficarão isentos do ICMS e do IPI,observar as seguintes leis e preencher todos os anexos e dar entrada na Receita Federal para q isenção do IPI: da Lei nº. 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, alterada pelo art. 29 da Lei nº. 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e pelo art. 2º da Lei nº. 10.182, de 12 de fevereiro de 2001, e na Secretaria de Fazenda em sua cidade para ter isenção do ICMS. Infelizmente o deficiente físico que depende de outra pessoa para dirigir o automóvel, somente terá direito a isenção do IPI. - Aposentadoria: o deficiente físico aposentado por invalidez, e que dependa de assistência permanente de outra pessoa, tem o direito alem de 100% de aposentadoria, um acréscimo de 25% sobre esta. O mesmo deverá requerer junto ao INSS de sua cidade.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DOR FÍSICA E EMOCIONAL











Foi muito dificil pra mim que sentia dores fisicas e para minha familia com a parte emocional... quando feito o exame de tomografia computadorizada e dado o diagnostico indefinido... o neurocirurgiao solicitou uma ressonancia magnetica... aumenta a tensao... recursos nao temos... a unica renda fixa era a de uma irmã... procurado a secretaria de saude de murici... tentivas em vão... resolveram procurar um advogado que tambem é vereador por murici... e procurado o prefeito da cidade... depois de tantas idas e vindas o prefeito ( Renan Filho) resolveu pagar o exame... detalhe: o exame so foi conseguido mostrar ao medico que o solicitou depois de desesseis dias... falando assim que o exame ja nao tinha mais validade... sufoco. Logo pediu outra ja que eu tava na medicacao ha desesseis dias... entao a familia começou a vender os objetos de suas casas (tres aparelhos de som, tres tvs, dois aparelhos de dvds, duas geladeiras, dois celulares, quatro bicicletas, mil blocos de construção civil, e por fim. depois de uma consulta a um urologista, mais um exame a ser realizado, desta vez ja nao tinha mais o que vender ou pegar dinheiro emprestado... dentro deste tempo os medicos do HDT, axigiam dos neurocirurgiões um parecer, ja que podia ser caso de cirurgia... sendo assim meu irmao Altemar, colocou placa de vendas na casa dele... assim realizado meu exame de estudo urodinamico... foi uma luta diaria... eram no minimo tres pessoas por dia na capital Maceió em busca de medicos especialistas... ja que nao tinha neurologista e nem neurocirurgião na unidade... foi um gasto compensado... um esforço de todos... todos quiriam ajudar... houve pessoas de ajudar com trinta reais... ainda dentro do hospital... gastava com copos descartaveis, canudos, lanches para variar os do hospital ( as vezes eu mandava meu irmao compra uma coxinha escondido, ele trazia no bolso da calça chegava toda machucada)... frutas,agua mineral ja que chegava a faltar na unidade... ate medicamentos foi comprado por, exemplo, pomadas para assaduras... depois de receber alta, sai do hospital com tres escares... usei durante tres meses curativos feitos por meus irmaos uma pomada chegava na epoca a custar desenove reais e eu gastava tres por semana, dois pacotes de fraudas geriatras, tres tubos de tamarine, para ajudar a defecar... ja que a secretaria de saude nao dava assistencia era preciso comprar esparadrapos, gases e iodo para acepsia de higiene nos curativos e procedimentos urinarios... ainda hoje faço uso de trinta sondas de alivio, numero doze, desesseis gel lidocaina dois por cento, iodo e setenta pacotes de gases... para uso urinario. É um gasto que a secretaria de saude nao cobre... foi comprado também, um colchão de agua, faço uso de um periodicamente de caixa de ovo e comprado uma boi para acento sanitário da cadeira de necessidades fisiológicas... foram contabilizados mais de oito mil reais... hoje tudo é mais diferente... o perreio passou... graças à DEUS...